Ainda na segunda-feira atravessei a serra à tua procura, mas apenas pedaços de neve perdidos pelos montes, e tu nada.
Na terça, fui ver a queima do careto enquanto tremia de frio à espera de notícias tuas, e tu nada.
Na quarta, a descer a raia a caminho de casa, nem a estrada via, e tu nada.
Hoje a meio da corrida, que insisto em fazer para me envergonhar junto aos grupos de idosos que me ultrapassam, reparei em ti.
Lá estavas tu na berma do caminho, amarela como só as canetas molin conseguiam ser.
Peguei em ti e coloquei-te na boca para te morder, azeda disseste bom dia pela minha boca e a caminho do esófago, tive a certeza, eras tu.
Há algo na Primavera que nos faz ser putos a fazer desenhos em pedaços de papel cinzento. Desenhos com andorinhas a voar, casa com porta e janela, um gigante cabeçudo com 3 ou 4 cabelos e claro, um sol a sorrir no canto superior direito.
Bem-vinda,
Pedro Saavedra (um artista português)
7 de Março de 2014
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